quinta-feira, 15 de março de 2018

O matrimônio é o encontro de duas verdades

A família é uma das mais antigas instituições que existem e ainda hoje milhares delas são formadas por ano no Brasil e no mundo, e mesmo que a campanha contra o “casório” seja cada vez maior, o número de casais que sonham em se unirem em matrimônio ainda é grande. Isso certamente reflete o desejo de alguns de constituírem um lar harmonioso e concomitante a isso conquistarem um porto seguro e feliz, tendo para onde voltar no final do dia, abastecidos pela certeza de que serão recebidos com um sorriso no rosto, um abraço acolhedor, uma escuta sensível, um café quentinho e uma massagem na alma...


O problema é quando a realidade não corresponde às expectativas e o parceiro ideal é “descoberto” em sua finitude revelando assim a sua face real e fazendo com que tudo aquilo que se esperava ou grande parte disso se apresente contrariamente.

Quando isso acontece, a esperança de um lar perfeito “escorre pelas mãos”, levando os “pombinhos” a viverem a tão temida desconstrução de um sonho.

Claro que encarar essa realidade é algo que a princípio vem carregado de dor e desilusões, contudo pode ser o inicio de uma relação madura e sem falsas expectativas, onde o outro será visto não como o responsável pela felicidade do seu cônjuge, mas como alguém que o ajudará caminhar em direção a uma família possível, na qual os seus membros se respeitam, entendendo que cada um vem a nós impregnado de sua própria história, e, portanto traz consigo uma bagagem pessoal repleta de “acessórios e utensílios”, indispensáveis ou não, mas que de alguma forma contribuíram para formação de uma história de vida rica em valores e crenças pessoais.
  
Isso faz do matrimônio o encontro de duas verdades. E quando não há convergência entre ambas, o casal terá que optar entre se esforçar para tornar a convivência possível e transformar o encontro diário em um momento mais leve e menos desagradável, tornando assim a relação familiar menos adoecedora para ambas as partes, o que em outras palavras seria o mesmo que dizer: 
Serem infelizes juntos! Ou lutarem para viverem o amor relatado em Coríntios 13:4-7, descrito como algo paciente, bondoso, livre de inveja, injustiça, vanglória, orgulho, maus tratos, rancor; capaz de tudo sofrer, esperar e também suportar... Onde a ira não se instala com facilidade e a falha não prevalece.

A segunda opção exigirá que o casal veja um ao outro com olhos de possibilidades e comportem-se como os que aderem a uma hipótese e dedicam-se à transformá-la em fato concreto, sem abrir mão da harmonia e da prevalência do amor.
Para tanto, vale colocar em xeque crenças e paradigmas, afinal, não há verdades absolutas, tão pouco certezas que não podem ser questionadas e desde que não se permita violação de princípios e/ou estupro moral, é possível manter preservado o respeito entre os cônjuges e ao mesmo tempo praticar o autoamor. 

Aos que decidem seguir sem lutar, vale lembrar que o que sobrecarrega a alma em todo tempo deve ser questionado, assim como, sempre caberá uma reflexão cautelosa e madura a cerca daquilo que ameaça os nossos valores e tende a tornar vulnerável a nossa paz.

Já para os que querem seguir  juntos e felizes, a princípio será preciso relembrar a emoção experimentada no momento em que decidiram pelo altar e o que os levaram até ali. Logo, devem seguir pautados na compreensão e no desejo de permanecerem lado a lado, mantendo-se dispostos a tolerarem os transtornos gerados pela dor da convivência turbulenta, até que se tornem um para o outro, ainda que imperfeitos, mas dispostos a se complementarem, já que sabemos que somos inteiros e não partes de duas metades.


Tendo feito isso, espera-se que todo o esforço seja recompensado, mas caso o contrário aconteça, lamente, mas não se prenda. Sofra, mas não cristalize a dor. 

Ninguém é obrigado a se anular para viver uma linda história de amor. Logo, deixe que vá o parceiro e que fique a dignidade! 




Texto escrito por: Mary Layne Fernandes 




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