domingo, 19 de agosto de 2018

O celular nosso de cada dia

Lembro-me da época em que o celular era para muitos um sonho de consumo. Apenas alguns cidadãos tinham o privilégio de poderem usufruir dos benefícios que acompanhavam esse tão sonhado aparelhinho. 

Lembro-me ainda de quando o meu primeiro filho (hoje já adulto) completou 10 anos de idade e pediu de presente o seu primeiro telefone. Na ocasião fizemos em casa uma “reunião de família”, para acordarmos as regras que definiriam as condições que o permitiria lançar mão de tal tecnologia.
A época, celular não era coisa de criança e confiar ou não o uso deste objeto à um pré adolescente era uma decisão que requeria muita cautela.

Passados alguns anos, muita coisa mudou...

Atualmente, para muitas famílias, já não há grandes restrições no que diz respeito a crianças utilizarem o celular e, portanto, desde muito cedo os pequenos já possuem seus próprios aparelhos. 

Nesse tempo, o celular evoluiu e ganhou diversas funções; de tão  “inteligente” foi batizado com um novo nome - SMARTPHONE!
Agora, realizar e receber chamadas de áudio é apenas uma pequena parte de tudo que com ele se pode fazer. 

Hoje, quando conectado a internet, os smartphones abrem aos usuários uma janela para o mundo e com um desses nas mãos é possível ter acesso a dados e informações de muita relevância, além da possibilidade de executar tarefas que vão desde a realização de uma transação bancária a compra de uma entrada para o cinema. 

Porém, toda essa funcionalidade tem seduzido assustadoramente a população mundial, gerando dependência e transformando o celular em um “amigo inseparável”, quase um novo órgão do corpo humano. 
Esquecemos a sombrinha em dias de chuva, mas não saímos mais de casa sem o celular no bolso.

O acesso as redes sociais e aplicativos de mensagens tem escancarado as portas da intercomunicabilidade, propiciando um  elo virtual entre as pessoas.
Contudo, no tocante às relações humanas, o uso indiscriminado dessas ferramentas muitas vezes aproxima os distantes, mas torna longe quem está perto; realidade que adoece as relações familiares e enfraquece a comunhão entre amigos. A verdade é que algumas tecnologias geram benefícios e trazem consigo inúmeras facilidades mas também oferecem alguns perigos. 

Hoje já se fala de Nomofobia - Uma “doença” contemporânea que se caracteriza pela dependência do celular. Não se trata de algo simples e portanto pode trazer comprometimento ao cotidiano do indivíduo.

Seus sintomas são: ansiedade, estresse, tremores, sudorese, tontura, dificuldade em respirar, náuseas, dor no peito e aceleração da freqüência cardíaca, tudo gerado pelo medo irracional de ficar sem o telemóvel. 



Nesse sentido vale repensar o relacionamento entre o homem e seu smartphone; refletir sobre o lugar que as possibilidades oferecidas por esse pequeno aparelho tem ocupado no dia a dia das pessoas. Convém ainda avaliar se é mesmo vital ter sempre um desses ao alcance das mãos e qual o grau de toxidade gerado por esse relacionamento.

Tal reflexão deve levar em consideração o percentual de afeto envolvido e os sintomas gerados pela possibilidade de ruptura dessa relação. Entendendo que todo excesso pode levar ao adoecimento e que não há nada mais libertador que o equilíbrio.

Texto escrito por Mary Layne Fernandes - Psicóloga Clínica.



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